Este artigo foi publicado no site Observatório da Comunicação Institucional em 12 de junho de 2020
Fernanda Campos
O ensino remoto emergencial vem se constituindo por: horário marcado, carga horária a cumprir, busca de soluções rápidas, normas muito semelhantes ao presencial. É preciso estar presente, ou seja, é preciso estar em sincronia e inibe a flexibilidade essencial da EaD.
O que vemos foi a transferências de métodos do ensino físico para o ensino remoto.
Neste modelo, temos ações bem mais simples, pois verifica-se ausência ou baixo tempo para planejamento, em alguns casos, ausência de apoio da coordenação e professores sem formação buscando soluções individuais.
A única coisa em comum entre a EaD e o ensino remoto é uso de tecnologias para mediar os processos de ensino e aprendizagem.
Agora vejamos de forma esquematizada a diferença entre elas:
Isto significa, que os professores nos últimos meses trabalharam muito e tiveram que lidar com uma situação completamente nova e desafiadora. Se viram com uma necessidade de se instruir de forma breve sobre as possibilidades de diálogo com os alunos, envio de atividades e avaliação. Têm sido utilizados e-mails, mensagens por whatsapp, plataformas de aprendizagem, videoaulas, museus virtuais, ferramentas diversas de partilhas.
Por outro lado, também vimos o resgate de algumas práticas históricas como a volta das teleaulas, transmitidas pela televisão, e até via rádio, para tentar atender aqueles que não tem acesso à rede mundial de computadores.
Destacamos a seguir alguns problemas enfrentados durante a pandemia:
O que aprendemos, sobre a educação e o uso das tecnologias:
A questão que sempre fica é: como fica a educação pós-pandemia?
Em Portugal, o Ministro da Educação, Tiago Brandão, anunciou que no próximo ano letivo as escolas deverão incorporar práticas mistas de ensino e aprendizagem (blended learning). Ou seja, incorporar práticas online e presenciais para adaptar as novas situações de organização escolar. Também apontou a necessidade da entrega de um Projeto de Tecnologias, que aguardamos. Mas ainda existem muitas incertezas.
No entanto, sabemos que muito precisa ser feito. A pandemia deu um choque, mas não sabemos se em dose suficiente para promover mudanças significativas e necessárias na educação.
E mais, sabemos que não é só uma questão de infraestrutura ou que novos modos serão suficientes para responder às necessidades da educação. É preciso repensar as políticas, é preciso apoiar o desenvolvimento profissional dos professores, incentivar o desenvolvimento de competências digitais e pedagógicas, verificar a qualidade e eficiências das práticas em ‘blended learning’, repensar a prática pedagógica, incentivar competências de auto regulação aos alunos e dos professores. São muitos desafios. A pandemia só jogou mais luz naquilo que há muito precisava ser visto e revisto.